Doutrina da Eleição e Senhor dos Anéis

Paul Washer usa como ilustração o Senhor dos Anéis para falar acerca da depravação total do homem. Vale a pena assistir. Muito esclarecedor para os que ainda precisam entender e se firmar na maravilhosa e libertadora doutrina da Eleição.


QUANDO NÃO AVANÇAMOS NA BATALHA

Josué Cap 7
Levanta-te, santifica o povo, e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o SENHOR Deus de Israel: Anátema há no meio de ti, Israel; diante dos teus inimigos não poderás suster-te, até que tireis o anátema do meio de vós. Js 7:13

A história de livramento dos judeus do cativeiro egípcio, desde a saída do Egito, até o seu assentamento na terra prometida, é uma alegoria da liberdade que temos em Cristo Jesus, em quem somos livres da escravidão do pecado, e quem nos guia para a entrada triunfal e definitiva nas moradas celestiais.
O capítulo sete do livro de Josué nos conta da derrota de Israel na batalha contra o povo de Ai. Essa derrota serve-nos como um alerta para este caminho de peregrinação que representa nossas vidas neste mundo. Como o tempo que o povo judeu passou no deserto foi transitório, assim é nossa vida na terra: passageira. E da mesma maneira, teremos perdas e conseqüências danosas todas as vezes que não atendermos às instruções do Senhor.
O capítulo seis de Josué narra a conquista de Jericó, uma das vitórias mais importantes da história de Israel. Por ocasião da tomada de Jericó, Deus havia deixado claro que tudo ali deveria ser destruído, e que o povo não poderia se apossar de nenhuma das coisas condenadas; somente os utensílios de ouro, prata, bronze e ferro deveriam ser levados e consagrados aos tesouros do Senhor. Ocorreu que Acã, da família dos zeraítas, da Tribo de Judá, tomou para si e escondeu coisas condenadas e tesouros de ouro e prata debaixo de sua tenda. E diz a Palavra que “a ira do Senhor se ascendeu contra os filhos de Israel”.
Após a conquista de Jericó, a próxima batalha seria em Ai. Josué estava tão confiante, que mandou poucos homens de guerra àquela cidade, para que “não se fadigasse o povo”. A campanha que foi a Ai voltou dizimada e humilhada. Surpresa que se tornou desespero, pois as conseqüências daquela derrota iam além do retardo das conquistas, poderiam se tornar um alento e encorajamento aos povos vizinhos que outrora se viam irremediavelmente ameaçados pelos israelitas - se Ai derrotou a Israel, talvez o povo de Deus não seja imbatível em batalha.
Israel não avançou na batalha, e dessa derrota tiramos uma grande lição: Deus não irá nos deixar avançar enquanto não excluirmos as coisas condenadas de nossas vidas.
Efésios 1:4 diz que Deus “nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para sermos Santos e irrepreensíveis...”
I Pedro 1:15 e 16: “segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo”.
Hebreus 12:14: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Muitas podem ser as lutas de cada um: alguns esperam uma promoção no emprego, outros procuram um emprego; alguns esperam pelo casamento, outros pela restauração do relacionamento dentro do casamento; ou até coisas menos importantes, como conquista de bênçãos materiais. Seja qual for a área de nossas vidas em que não encontramos vitória, por amor a nós mesmos, o Senhor não nos deixará avançar enquanto não nos livrarmos dos pecados enraizados.
É claro que, às vezes, pode-se tratar apenas daquilo que A.W. Tozer chama de “aflições moralmente neutras”, problemas naturais da vida e que não provem da vara nem da cruz, e não é imposto como um corretivo moral, nem é resultado de nossa vida e testemunho cristão. Porém, eu gostaria de chamar a atenção para o tipo de tribulação provocada pela vara do próprio Deus, imposta para nos corrigir e nos trazer de volta ao caminho.
Hebreus 12:6-11 nos afirma que “o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?... E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser motivo de alegria, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça aos que tem sido por ela exercitado”.
Quando não avançamos na batalha, podemos estar recebendo uma correção, uma disciplina, um alerta de santificação vindo direto de Deus. A passagem lida no mostra que Josué teve três atitudes que nos servem de exemplo sobre como podemos agir nesses tempos de estagnação:

Primeiro, Josué se humilhou perante o Senhor. O versículo seis do capítulo sete nos diz que depois da derrota, Josué rasgou as suas vestes e se prostrou em terra perante a arca do Senhor junto aos anciãos, com os quais deitaram terra sobre a cabeça. Há também outros episódios nas escrituras em que Deus nos mostra que leva em grande consideração esta atitude de Josué.
Após a solenidade de consagração do Templo, o Senhor aparece a Salomão e diz: “Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. (II Cr 7:14)
Quando corrigido por Natã por causa de seu adultério, em profundo arrependimento, Davi escreve: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.
O Salmista igualmente exulta: “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito”. Salmos 34:18

Segundo, após orar, Josué escutou atentamente ao que o Senhor tinha a dizer.
Muitas vezes oramos ao Senhor pedindo uma resposta, mas já temos nossas próprias respostas. Não abrimos nossas mentes e corações para ouvir a correção e o ensino da parte de Deus. Podemos orar, mas continuamos com uma atitude defensiva, que não aceita correção ou conselho de nosso pastor ou de nossos irmãos (leia o texto “Pessoas defensivas são orgulhosas” clicando aqui ou assista o vídeo no youtube).
Porém, a passagem nos mostra que Josué ouviu o que o Senhor falou e não ficou procurando justificativas ou argumentações.
Dentre muitas outras maneiras, o mais comum é que o Senhor nos fale através da Bíblia e através da vida de nossos irmãos.
Em 2 Timóteo 3:16, Paulo afirma: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.
Provérbios 12:15 diz que “O caminho do insensato aos próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos”.
Não está em questão a maneira que Deus irá falar conosco ou nos trazer uma resposta. O mais importante é nossa atitude. Na visão que João teve de Cristo em Apocalipse, o Senhor Jesus exclama às sete igrejas da Ásia: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Lembremos que eu e você somos igreja. Se eu tenho ouvidos, que eu ouça o que o Espírito me diz. Se você tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz a você.

Em terceiro lugar, Josué obedeceu e eliminou as coisas condenadas do meio do povo. Eis aí uma questão básica em nossas vidas. Aprender e praticar. Ouvir e obedecer.
Obediência é tudo que o Senhor espera de nós em todos os aspectos da vida. Em última instância, foi a falta de obediência que levou Israel a este momento trágico.
Deuteronômio 28 nos fala das bênçãos decorrentes da obediência: “Se atentamente ouvires a voz de do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra...”; bem como das conseqüências da desobediência: “O Senhor mandará sobre ti a maldição, a confusão e a ameaça em tudo quanto empreenderes...”.
Tiago 1:25, diz que “aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar”.
Jesus, por sua vez, compara aquele que não pratica as suas palavras ao nécio que construiu sua casa na areia, e veio a chuva, o vento e a derrubou. E diz: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando”.

Depois de sofrer as conseqüências da desobediência de um dos da tribo de Judá, Josué se humilhou, ouviu e obedeceu às instruções do Senhor. Ele colocou aquelas coisas condenadas perante Deus, e toda a congregação apedrejou a Acã, que trouxera culpa sobre o povo e fez irar o Senhor contra Israel.
A Bíblia nos fala que pelo pecado de um homem todos se fizeram pecadores. Todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus. Aquele que diz não ter pecado, é mentiroso. Em certos pontos da vida, nós erramos e deixamo-nos contaminar com as coisas condenadas. Já sofremos e já fizemos outros sofrerem as conseqüências da nossa desobediência. Todos já retardamos o avanço de nossas vidas e fizemos outros atrasarem o seu curso por causa de nosso pecado.
A boa notícia é que Jesus Cristo tomou a nossa culpa e já foi morto em nosso lugar. Não precisamos morrer ou matar para purificar o que se tornou condenado pelo pecado. A parte que nos cabe hoje é a confissão e o arrependimento. I João 1:9 diz que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
Através da cruz somos feito novos a cada dia e temos a chance de retomar o rumo em nossas lutas, abrindo espaço para as conquistas de projetos e sonhos que o Senhor colocou em nossos corações.
Continuemos caminhando em obediência, até o dia da conquista final da terra prometida, o dia em que todo aquele que creu e obedeceu há de se encontrar nos braços de Cristo na morada celestial.

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas”. Pv. 3:5 e 6