Há consolo aos que amam o Dia do Senhor

Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. II Tm 4:8

Em setembro de 2001, o ataque às torres gêmeas foi o prenúncio de uma década marcada por catástrofes e dificuldades. Apenas para citar alguns acontecimentos, podemos lembrar de 2003, quando houve a onda de calor na Europa; em 2004, ocorreu o Tsunami na Malásia; em 2005, o furacão Catrina; houve também o terremoto no Haiti em 2010, que matou mais de 200 mil pessoas.

No início de 2011 já se acumulam duas grandes catástrofes. A primeira foi a maior tragédia natural da história do Brasil, com mais de 800 mortos e um incontável número de desaparecidos, todos vítimas da chuva na região serrana do Rio de Janeiro; a segunda, um dos terremotos mais fortes já registrados na história, seguido de um impressionante tsunami que varreu casas, carros e vidas no Japão.

Os cientistas têm dito que o crescimento da instabilidade climática é uma tendência. Em outras palavras, as catástrofes naturais deverão ser mais constantes. Esses fatos devem servir como uma sirene que nos chama a atenção às profecias relacionadas aos últimos tempos.

A igreja não tem dúvidas de que o Dia da vinda do Senhor está próximo! Jesus alertou sobre estes acontecimentos, avisando que seriam apenas os princípios das dores.

No entanto, há os que desprezam essa mensagem dizendo: “desde que o mundo é mundo, e existe civilização, sempre houve guerras, enchentes, fome e terremotos”. Soam como aqueles que Pedro repreendeu lembrando que para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia, e que o Senhor não retarda a sua promessa.

Ainda, uma coisa é logicamente certa: se há um tempo determinado, a cada minuto que passa, esse dia está mais próximo. Pense em um prisioneiro a quem foi prometido que seria solto, mas nunca foi lhe dito exatamente quando - a única coisa que ele tem é uma garantia que existe uma data estipulada para sua soltura. Pode ser daqui a duas semanas, dois anos, ou duas décadas. Mesmo sem saber o dia exato, todo dia que acorda, ele tem uma certeza: o momento está mais próximo.

A respeito desse grande Dia, temos de ter em mente que tudo que o precede e o acompanha está dentro do plano soberano de Deus.

Por exemplo, quando Apocalipse se refere a Cristo como o Cordeiro morto desde a fundação do mundo, já está mostrando que tudo o que ocorre em termos de história humana está debaixo do controle soberano do Senhor. A vinda de Jesus ao mundo não foi um plano B. Deus não ficou surpreso quando Adão e Eva comeram do fruto proibido, para só então começar a pensar o que deveria ser feito para consertar o erro. Desde a criação, Jeová sabia que o homem haveria de pecar e Jesus já havia sido designado como o Amado que morreria por amor ao homem. De igual modo, podemos dizer que a segunda vinda de Cristo já está designada desde o início da criação, e os acontecimentos que a precedem não são meramente um simples desfecho de um plano alternativo.

Nessa ótica, quero trazer a soberania de Deus para um plano mais íntimo e pessoal. O mesmo controle soberano sobre os tempos difíceis previstos para os últimos dias está sobre nossas vidas, sobre cada um de nós. Seguramente, toda e qualquer tribulação pela qual passamos está sendo observada e controlada pelo Senhor.

Em meio às dificuldades, podemos nos sentir confusos e tristes, no entanto temos na afirmação de Paulo o consolo de que é possível estarmos “perplexos, porém não desanimados”. Temos um bom motivo para não esmorecer, pois sabemos que a mão soberana do Senhor está no controle de cada pequeno acontecimento de nossas vidas, e nem mesmo um fio de cabelo cai de nossa cabeça cai sem a Sua permissão.

Ainda que muitos sofrimentos tornem-se para nós incompreensíveis, temos em mente que “as coisas reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos, e as não reveladas pertencem a Deus”.

Até mesmo a morte de seus filhos pertence ao querer do Pai. A Palavra nos diz que “preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”. Por isso, ainda na perda de um ente querido, podemos descansar na certeza de que Deus está no trono.

Pense bem. Se a morte de um santo é preciosa aos olhos de nosso Deus, ela não pode ser acidental! Ela não pode ser por acaso! Não, ela não pode ser fruto do mero destino! É preciosa aos olhos daquele que cuida de nossas vidas com o mesmo cuidado que cuida dos acontecimentos de toda história da humanidade. Assim, podemos ter a paz de que o Senhor tem todas as coisas em suas mãos, até mesmo o fim de nossas vidas nesta terra!

R.C. Sproul (homem de Deus reconhecido como grande autoridade em conhecimento bíblico) nos aponta a grande lição do livro de Jó, o qual nos revela que o sofrimento do justo não tem explicação direta, mas deve apenas ser vista pela perspectiva da soberania de Deus. O autor diz:

...é digno observar que Deus não fala diretamente a Jó. Ele não diz: “Jó, a razão por que você está sofrendo é esta ou aquela”. Pelo contrário, no mistério deste profundo sofrimento, Deus responde a Jó revelando-se a Si mesmo. Esta é a sabedoria que responde à questão do sofrimento — a resposta não é por que tenho de sofrer deste modo particular, nesta época e circunstância específicas, e sim em que repousa a minha esperança em meio ao sofrimento. A resposta a essa questão provém claramente da sabedoria do livro de Jó: o temor do Senhor, o respeito e a reverência diante de Deus, é o princípio da sabedoria. Quando estamos desnorteados e confusos por coisas que não entendemos neste mundo, não devemos buscar respostas específicas para questões específicas, e sim buscar conhecer a Deus em sua santidade, em sua justiça e em sua misericórdia. Esta é a sabedoria de Deus que se acha no livro de Jó.

Recordando o versículo usado como base para este texto, Paulo prega sobre sua esperança de que a coroa da justiça já está guardada para todos quantos amam a Sua vinda.

Dentre muitas outras promessas, Jesus também prometeu que está nos guardando morada:

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.

Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.

E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. Jo 14:1-3

É promessa. Se não fosse assim, ele nos teria dito. Em outras palavras, o nosso Senhor não mente - ele tem preparado um lar e uma coroa de justiça para aqueles que amam a Sua vinda.

Paulo regozija-se recordando que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. (I Co 2:9)

As escrituras nos ensinam que os olhos do Senhor passeiam sobre a terra controlando todos os acontecimentos e mostrando-se forte para com aqueles cujo coração é dEle. Também nos lembra que os que esperam no Senhor renovam as suas forças.

Há esperança para aqueles que amam a vinda do Senhor! Há alegria, paz e conforto na esperança deste Dia. Este Dia será a consumação de nossa habitação final com Deus e todos os seus santos. Será a última e suficiente consolação para todo o sofrimento. Habitaremos em novos céus e nova terra, com alegria eterna. Deus estará conosco e nos enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá. Já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque todas as coisas terão sido feitas novas.

Ainda que passemos por todo tipo de tristeza, perdas e dificuldades, a dor é para nós, em mesma proporção, motivo de alegria e esperança, pois ela nos relembra, com a mesma intensidade que nos aflige, que se aproxima o fim deste mundo decaído e corrompido pelo pecado.

Temos neste tempo a promessa de um lar preparado para os Santos, que passarão a eternidade regozijando na presença de seu Criador. Gozo este que será infinitamente crescente, pois cada momento em Sua presença nos dará o privilégio de ter mais conhecimento desse Deus infinito, cuja eternidade não será suficiente para conhecê-lo todo.

Nessa promessa de recompensa imerecida, habitação eterna e alegria imensurável descansa o nosso coração.